
Março é o mês das mulheres, mas sabemos que a desigualdade entre os gêneros ainda é muito grande, até mesmo em questões que parecem banais. Uma prova disso são os nomes das ruas do Rio de Janeiro. Já reparou que a maioria delas homenageiam os homens? São poucas as ruas com nomes de mulheres no Rio! Por isso, escolhemos algumas ruas que recebem nomes de personalidades femininas. Saiba mais quem foram essas mulheres!
Rua Clara Nunes, em Madureira
Apesar de ter nascido em Minas Gerais, foi no Rio de Janeiro que a cantora Clara Nunes se consagrou com um dos maiores nomes do samba e da música popular brasileira.
Na cidade, Clara Nunes estabeleceu um forte vínculo pessoal e profissional com a Portela, tradicional escola de samba de Madureira. Por isso, nada mais justo do que eternizar o nome da artista no seu bairro do coração.
Rua Guilhermina Guinle, em Botafogo
O sobrenome Guinle pertence a uma das famílias mais tradicionais do Rio de Janeiro. A atriz carioca Guilhermina Guinle faz parte da família e tem uma carreira bem-sucedida desde os anos 90 na televisão e no cinema.
Além disso, ela é neta de Octávio Guinle, o fundador do Copacabana Palace, o famoso hotel da Avenida Atlântica. O nome de Guilhermina Guinle está em uma das ruas de Botafogo.
Rua Ana Néri, em Benfica
Anna Justina Ferreira Nery, mais conhecida como Anna Nery ou Ana Néri, foi uma figura ilustre no Brasil. Pioneira da enfermagem no Brasil, a baiana prestou serviços hospitalares durante a Guerra do Paraguai, em 1865.
Ao regressar para sua terra natal, recebeu inúmeras homenagens em diferentes cidades, mas morreu no Rio de Janeiro em 1880. Seu nome dá nome a uma das ruas de Benfica.
Rua Marielle Franco, na Lapa
A vereadora Marielle Franco foi assassinada em março de 2018, junto com o motorista Anderson Gomes. Sua morte, porém, ainda não foi esclarecida até o momento.
Para homenagear toda a sua luta em prol dos direitos humanos e sua trajetória política, a prefeitura da cidade nomeou o local entre a Rua dos Arcos e a Avenida Mem de Sá como Rua Marielle Franco. Além disso, outras placas com o nome da vereadora também se espalharam pelo Brasil e outros países, como França e Portugal.
Rua Joana Angélica, em Ipanema
Por conta da colonização portuguesa e a tradição católica, a maioria das ruas com nomes de mulheres fazem referência a nomes de santas. É o caso da Rua Joana Angélica, que fica em Ipanema.
A freira entrou para a vida religiosa aos 20 anos e se tornou mártir durante a Independência do Brasil ao tentar impedir a invasão de tropas portuguesas no Convento da Lapa, em Salvador.
Rua Rita Ludolf, no Leblon
A rua Rita Ludolf, que fica no Leblon, é uma das mais valorizadas do Rio de Janeiro. A mulher que dá nome ao local é a gaúcha Rita Ludolf, mulher do engenheiro José Ludolf.
Ele foi um dos responsáveis pelo projeto de urbanização de várias ruas do bairro, no início do século XX. Ao longo da sua vida, Rita se dedicou a muitos projetos beneficentes na cidade do Rio, em especial para crianças carentes.
Rua Dandara dos Palmares, em Jacarepaguá
Embora Zumbi dos Palmares seja sempre um dos grandes nomes na luta contra a escravidão, Dandara Palmares teve um papel essencial na construção e no comando do Quilombo dos Palmares, um símbolo de resistência que durou mais de 100 anos.
Lá, ela lutou junto com outros aquilombados, com técnicas de capoeira e caça, contra o regime escravocrata brasileiro. Seu nome merece ser lembrado e reconhecido!
Túnel Zuzu Angel, que liga Gávea a São Conrado
Apesar de não ser uma rua específica, Zuzu Angel não poderia ficar de fora da lista. O antigo Túnel Dois Irmãos recebeu o nome da estilista brasileira, reconhecendo sua importância na luta incansável por justiça.
Seu filho Stuart Angel era militante da esquerda, assassinado pelo governo na época da ditadura militar. Zuzu Angel enfrentou os militares na busca pelo corpo do filho por anos, mas também foi encontrada morta em um dos acessos do túnel, que recebeu o seu nome.
Você já conhecia a história dessas mulheres e os nomes dessas ruas?